Instituto Politécnico de Viana do Castelo

COMO POTENCIAR O ESTUDO & DESEMPENHO

Simples gestos que podem aumentar o teu sucesso.

A maioria dos estudantes experimenta stresse durante a época de exames (e outros momentos de avaliação, como a apresentação em público de trabalhos), o que pode funcionar como desafio e estímulo ao esforço se gerido com eficiência, mas, se excessivo, pode interferir negativamente na saúde física e psicológica, comprometendo o bem-estar e até o desempenho académico. Assim, importa teres presente um conjunto de estratégias que possam ajudar na gestão saudável do stresse e na promoção da tua qualidade de vida, particularmente durante o período de avaliações.

SINTOMAS PROVÁVEIS

Quando estamos expostos a stressores que podem estimular a resposta do stresse no nosso corpo, podemos experimentar sintomas distintos e que se manifestam diferentemente em cada pessoa:
  • SINTOMAS FÍSICOS: suor, tensão muscular, aumento do batimento cardíaco, dor de cabeça, dor de estômago, fadiga, dificuldade em respirar
  • SINTOMAS EMOCIONAIS: irritabilidade, ansiedade, desespero, redução da sensação de prazer nas atividades, sensação de sobrecarga
  • SINTOMAS COMPORTAMENTAIS: perda ou aumento de apetite, má qualidade do sono
  • SINTOMAS COGNITIVOS: perda de memória, perda de foco/concentração, visão negativa, pensamentos rápidos, crenças negativas

MOTIVOS DO STRESSE DE AVALIAÇÃO

Se estiveres capaz de identificar os motivos por trás do stresse que estás a experimentar, ajuda a decidir as estratégias mais ajustadas para reduzir o desconforto e aumentar o bem-estar.
  • ESTILO DE VIDA: (horas de sono insuficientes, alimentação menos saudável, uso de substâncias estimulantes, pouco exercício, sem agenda para o estudo, sem prioridade nos compromissos)
  • COMPETÊNCIAS DE ESTUDO: (competências de estudo pouco eficazes, leitura/memorização sem compreensão, sem apontamentos, sem revisão, ambiente de estudo pouco ajustado)
  • FUNCIONAMENTO PSICOLÓGICO: (pensamentos negativos “não sou bom suficiente” ou “vou tirar má nota”, crenças irracionais “se não tirar boa nota, vão rir-se de mim” ou “se voltar a falhar, vão pensar que não mereço fazer parte do grupo”, expectativas irrealistas “tenho de tirar o máximo a tudo” ou “tenho de fazer tudo à primeira”, sem estratégias de relaxamento e redução do stresse)

PERGUNTAS IMPORTANTES

  • Porque não me sinto preparado/a? Não tive tempo suficiente de estudo? Não compreendi a matéria?
  • Se não tive tempo suficiente, porque terá sido? Dificuldade em balançar os estudos com o trabalho? Responsabilidades familiares? Lazer? Convívio? Telemóvel?
  • Se não compreendi a matéria, porque terá sido? Poucas leituras? Faltas às aulas? Dificuldade em tirar dúvidas com os professores? Caderno da unidade por organizar?

O QUE PODE AJUDAR

A forma mais eficiente para reduzir o stresse de avaliação parece combinar o desenvolvimento de competências (neste caso, de estudo) com estratégias de ajustamento comportamental/emocional/cognitivo (como estratégias de redução de stresse).

10 FORMAS DE MELHORAR O ESTUDO

  • USA O TEMPO DE FORMA EFICIENTE (o processo de Bolonha prevê 3h diárias de autoaprendizagem / trabalho autónomo, pelo que importa encontrar tempo suficiente e usá-lo com eficiência)
  • PLANEIA O ESTUDO (é fundamental criar um plano de estudo, seja por motivação ou disciplina, que possa responder às perguntas: quando? onde? como? e com quem?)
  • AVALIA PRIORIDADES E PROGRESSOS (como o tempo é finito, é mais seguro ter presente as prioridades e monitorizar os progressos da tua aprendizagem para ajustar a intensidade de estudo)
  • CRIA UM AMBIENTE FAVORÁVEL (de acordo com o que melhor funciona contigo, faz por estudar num ambiente favorável ao teu perfil: individual ou em grupo, silencioso ou social, começo do dia ou da noite)
  • AUMENTA O TEU CONHECIMENTO SOBRE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM (a importância do plano e das competências de estudo para aumentar a produtividade e garantir o sucesso)
  • USA ESTRATÉGIAS FACILITADORAS (ler, sublinhar, resumir, tirar apontamentos, fazer esquemas, escrever comentários adicionais, listar palavras-chave, resolver problemas, desenhar quadros de prós e contras para melhor relacionar e memorizar a informação)
  • FAZ O TEU MANUAL SAGRADO (os estudos mostram que a aprendizagem é mais significativa quando é feita através de apontamentos feitos pelo próprio estudante)
  • TIRA DÚVIDAS (com colegas e/ou professores, não percas a oportunidade de resolver dúvidas – por mais ridículas que possam parecer – para que estejas capaz de avançar no teu processo de estudo)
  • FAZ REVISÃO (que pode ser feita de muitas formas, seja através da releitura dos apontamentos, da feitura de esquemas mais simples da matéria ou até da simulação de uma aula às paredes sobre o que tens estado a estudar)
  • INVESTE NO TEU BEM-ESTAR (os estudos mostram que o bem-estar influencia a produtividade, portanto, cuida de ti e toma decisões favoráveis - - - - - ver abaixo)

MAS NÃO BASTA ESTUDAR, TAMBÉM TENS DE CUIDAR

A neurociência tem vindo a mostrar que a aprendizagem acontece melhor se estivermos bem, pelo que importa cuidarmos da nossa saúde e bem-estar para potenciar a produtividade do nosso estudo. Dormir menos, fazer diretas, estudar sem pausas, estar muitas horas sem comer ou decidir por uma alimentação menos saudável pode comprometer a tua disposição física, psicológica e emocional para um estudo eficiente e, portanto, para um desempenho positivo.


10 FORMAS DE MELHORAR O TEU DESEMPENHO

  • DORME QB (a evidência científica tem vindo a comprovar a importância de manter uma higiene de sono regular para que possamos recuperar a energia e a produtividade)
  • FAZ PAUSAS (é fundamental criar um plano de estudo, seja por motivação ou disciplina, que possa responder às perguntas: quando? onde? como? e com quem?)
  • MOVIMENTA O CORPO (seja dançar ou fazer uma caminhada, subir uma árvore ou andar de bicicleta, o princípio é compensar o tempo sentado com tempo em movimento)
  • COME SAUDÁVEL (estudos têm mostrado como uma alimentação diversificada e saudável afeta positivamente o nosso estado de humor – aproveita para desenvolveres as tuas competências na cozinha e experimenta uma receita nova)
  • RELAXA (um dos sintomas do stresse é tensão muscular e há vantagens em procurares relaxar diariamente, nem que por 5 minutos, o teu corpo e a mente – procura os exercícios certos para ti)
  • USA UM DISCURSO INTERNO POSITIVO (somos bichos sociais, prontos para conviver e trocar afetos, pelo que há benefícios comprovados cientificamente em estarmos saudavelmente uns com os outros)
  • CONVIVE (os estudos mostram que a aprendizagem é mais significativa quando é feita através de apontamentos feitos pelo próprio estudante)
  • VIVE UM DIA DE CADA VEZ (sem te focares muito no passado nem antecipares o futuro – é estar no momento presente, fazer o teu melhor e tentar ver o que há de positivo em cada dia)
  • CUIDA DE TI (és a pessoa com a qual vais ter o relacionamento mais duradouro e profundo da tua vida, portanto, é uma aposta valiosa investires em ti e fazeres por salvar cada dia)
  • PEDE AJUDA (se estás a atravessar uma fase mais difícil, convém lembrar que pedir ajuda – de amigos ou profissionais – pode ser o primeiro grande passo para a mudança)

PÔR EM PRÁTICA

  • É mais fácil praticar a disciplina do que manter a motivação, pelo que pode ajudar criar uma rotina de estudo diária ou semanal, em que dedicas um intervalo específico do teu tempo (por exemplo, 2 horas por dia ou, se funcionar melhor, precisar um horário, entre as 10h e as 12h00) a tarefas académicas, prevenindo a acumulação e a procrastinação (adiamento) e garantindo uma maior eficiência na distribuição do teu tempo e, portanto, maior satisfação e sucesso!
  • Se estás com dificuldade em compreender uma determinada matéria, anota as tuas dúvidas e procura resolvê-las com os teus colegas e/ou professores para que possas avançar no teu processo de aprendizagem – repara que, se não tivéssemos ainda percebido que o símbolo + representa, em matemática, uma soma, nunca poderíamos fazer o simples exercício 1+1!
  • O nosso corpo está concebido para procurar continuamente o estado de equilíbrio, sendo que, para garantir a sobrevivência, há um foco inevitável na saúde e bem-estar físico e psicológico, pelo que, antes de te dedicares a tarefas mais complexas como o estudo para um exame, importa garantir que te sintas com energia, interesse e foco  - um bom começo poderá ser procurares ter as horas de sono suficientes, as refeições em dia, uma alimentação saudável, atividade física e convívio social (dentro do possível, faz por manter um balanço saudável entre todas as tuas atividades)!
  • Criares um ambiente de positividade é importante para te sentires mais confiante e motivado, pelo que manter um discurso interno positivo (ver artigo) e viver um dia de cada vez (sem ruminares no passado nem antecipares excessivamente o futuro) por ser um primeiro passo – podes fazer uma lista das tuas conquistas para te lembrares de como és capaz, colocar um lembrete no teu telemóvel com uma frase que consideres inspiradora e tirares um tempo para contemplares a natureza à tua volta!

FRASES INSPIRACIONAIS

  • A motivação leva-te a começar, a disciplina a continuar.
  • Faz por ver o estudo não como uma obrigação, mas, sim, como uma oportunidade.
  • Recomeça. Sempre.
  • Os erros são a prova de que estás a tentar.
  • A melhor maneira de prever o teu futuro é a criá-lo no teu presente.
  • Não importa a velocidade a que vais, mas que continues a avançar.
  • Não desistas agora porque podes estar apenas a um passo da tua meta.

CURIOSIDADE

/ O CÉREBRO (NÃO) É UM COMPUTADOR

Durante muito tempo pensou-se que a razão e a emoção seriam coisas diferentes e separáveis - mais, que a emoção influenciaria negativamente o pensamento, que se desejaria mais racional - até a neurociência atual nos dizer, claramente, que não se pode pensar sem sentir. Isto porque o nosso processamento de informação não é como o de um computador, que processa, analisa, armazena, categoriza e classifica sem uma leitura emocional (mas apenas racional ou algorítmica) – nós, humanos, temos um cérebro com emoções e sentimentos que condicionam os processos mentais mais complexos, como a tomada de decisão e o planeamento, dando uma orientação subjetiva baseada no que estamos a sentir. Assim, para a aprendizagem acontecer (leia-se estudo, também), importa que nos sintamos seguros, confortáveis e até motivados com as tarefas que temos para concretizar – se nos sentirmos ameaçados, desconfortáveis, inseguros, a acessibilidade a funções cognitivas superiores (como a retenção, o planeamento, a monitorização e a verificação) fica comprometida e, inevitavelmente, também o processo de aprendizagem. Por isso, é fundamental que nos sintamos bem e cuidemos do nosso universo emocional (nos tornarmos mais competentes a regular as nossas emoções – identificar o que estamos a sentir, explorar os motivos, saber expressar e usar estratégias para mudar positivamente o nosso estado) para que a aprendizagem possa ser significativa e o desempenho favorável.

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