O PAPEL PRINCIPAL DA AUTOESTIMA
Como investir neste processo contínuo de gostarmos mais de nós.
A autoestima pode ser descrita como a apreciação subjetiva que temos sobre o nosso próprio valor e inclui tudo o que sentimos e pensamos acerca da nossa pessoa - começa a desenvolver-se desde a nossa infância até à adultez através das experiências interiores e com os outros (a forma como somos tratados pelos familiares, professores, amigos, autoridades religiosas, ...). O que vivenciamos e como processamos quando somos crianças vai formar a estrutura fundacional da autoestima e, se formos validados, considerados, incentivados, motivados, ouvidos, respeitados, admirados, amados nesta fase de desenvolvimento, é provável que venhamos a construir uma autoestima mais saudável. Quanto mais nos acharmos merecedores de acontecimentos positivos na vida, maior a satisfação e desempenho, até porque, com uma autoestima mais elevada, tendemos a criar relacionamentos de maior qualidade, a ter mais ferramentas para atingir os nossos objetivos e, perante o desafio, a estar mais capazes de pedir ajuda e aceitar o insucesso. Pela sua influência em todos os domínios da nossa vida (na relação connosco, com os outros e com o mundo), importa investir na promoção da autoestima - podemos começar por avaliar a forma como falamos e cuidamos da nossa própria pessoa (ver artigo sobre discurso interno positivo). A autoestima não é estável, tende a ser flutuante conforme acontecimentos e contextos, mas é possível agir no sentido de manter um nível benéfico de estima pelo próprio – investir tempo em perceber como lidamos e criamos expectativas, estabelecemos e respeitamos limites, gerimos o stresse e o insucesso, comunicamos assertivamente as nossas necessidades. É, definitivamente, um processo consciente, proactivo e contínuo de gostarmos mais de nós.
Quando somos mais críticos e negativos na apreciação da nossa própria pessoa, podemos nos sentir inúteis, insuficientes, pessimistas e desesperançados – o discurso interno estará mais focado nos insucessos e nas imperfeições do que nas metas atingidas e nas competências que podem ser desenvolvidas, condicionando, inevitavelmente, o nosso bem-estar e saúde física e psicológica. Experiências prévias de negligência, abuso, violência (inclui bullying) e trauma podem influenciar a construção de uma baixa autoestima, assim como expectativas irrealistas (dos próprios e dos outros) e relacionamentos menos saudáveis com os pares. É fundamental ter presente o efeito da comparação social, sendo mais eficiente nos compararmos ao nosso eu de ontem: fazer por sermos ainda melhor no dia de hoje, pelo nosso investimento em aprimorar a nossa versão atual.
BENEFÍCIOS DE UMA AUTOESTIMA SAUDÁVEL
PERGUNTAS IMPORTANTES
10 FORMAS DE AUMENTAR A AUTOESTIMA
PÔR EM PRÁTICA
FRASES INSPIRACIONAIS
CURIOSIDADE
O MITO DE NARCISOÉ provável que já tenhas ouvido alguém dizer que, para enfrentar os desafios da vida, temos de ter uma quantidade razoável de narcisismo, nesta alusão ao deslumbre pela nossa própria pessoa como mecanismo de defesa e incentivo. Na mitologia grega, o adivinho Tirésias terá dito aos pais de Narciso, um deus e uma ninfa, que o filho teria uma vida longa desde que nunca contemplasse a própria figura. Pela sua aparência, ele tendia a despertar o amor em todos, mas preferia sempre viver só – até que uma das ninfas recusadas pediu à deusa da vingança, Némesis, que o amaldiçoasse: amar alguém que não pudesse possuir. Então, Narciso, acabou por ver-se no reflexo das águas e, num instante de vaidade, ter-se-á apaixonado pela sua beleza, acabando por morrer neste estado tão deslumbrado por si próprio. A deusa Némesis o terá transformado, depois, numa flor: o Narciso. Há mais de dois mil anos que esta narrativa tem inspirado artistas, dos mais clássicos aos contemporâneos, e aparecido em múltiplas versões. O termo narcisismo vem, precisamente, do nome desta figura mitológica, derivando da palavra grega “narke” (entorpecimento), apontando para o tema da individualidade, o risco do autodeslumbramento e a importância de vivermos em ligação com os outros.